Arturo Merzario prometeu muito na Ferrari ...mas os primeiros chassis de Frank Wiliams
eram pouco competitivos....
Arturo Merzario, um dos melhores
pilotos italianos de velocidade na categoria de Sport , num tempo que chegou a
ser considerada a grande esperança da F1, chegando a guiar para a Ferrari num
tempo em que a marca de Maranelho atravessava uma grave crise de competitividade,
que seria ultrapassada com a chegada de Niki Lauda, cuja vida deve à coragem de
Arturo Merzario que em conjunto com Brett Lunger, Harald Ertl e Guy Edwards,
salvaram da morte quando o Ferrari 312T bateu violentamente nos rails
incendiando-se de seguida. A sua carreira foi marcada por uma ligação intensa
às marcas italianas, estreando-se com um Alfa Romeo Giulietta Spider em Monza
em 1962 no campeonato italiano de Turismos, todavia o serviço militar
interrompeu essas primeiras andanças nos circuitos italianos, de tal forma
quando regressa em 1967 às competições é 3º na temporada com um Fiat Abarth
1000 , que lhe valeu um contrato com a
equipa oficial sendo campeão da modalidade com base nas provas de montanha, que
integravam o campeonato e que diluía as diferenças de potência para os carros
mais rápidos, vindo ao de cima as qualidades do pequeno italiano. Em 1969,
chega a internacionalização, com a sua participação no Campeonato Europeu de
Rampas, vence a categoria e è vice-campeão. Finalmente a oportunidade que
faltava, a entrada no Mundial de Marcas de 1970, na equipa de Sport da Ferrari com o 512S, obtendo
a sua 1ª vitória absoluta nesta categoria em Mugelho. Um recuo na sua carreira,
correndo a Coppa Shell Imola Interseries, que vence tal como o Troféu Ignazio
Giunti e em 1971 a primeira experiência com os monolugares na F2 sem grande
sucesso com um pouco competitivo Tecno. Mas, o seu currículo evidenciava as
suas qualidades de piloto rápido e promissor e como tal Enzo Ferrai, confia-lhe
um volante para dois grandes prémios, na estreia em Brands Hacth foi 6º mas não
vai além de um modesto, 12º em Nurburgring. Todavia o seu compromisso era com a
equipa de Sport vence o famoso, Targa Florio fazendo equipa com Sandro Munari e
os 1000 Km de Spa com Brian Redman, no final da temporada a marca vence o
campeonato de Construtores. Na temporada de 1972, ao serviço da Abarth Oselha
corre o campeonato da Europa de Sport que vence sem contestação. Aos 30 anos já
com uma longa carreira de sucessos, a Ferrari aposta em Arturo Merzario para
uma época na F1. O início de campeonato de certa forma foi prometedor 6º em
Inglaterra, 4º no Brasil e 4º na África do Sul, mas na segunda metade do
campeonato, não marca nenhum ponto e Enzo Ferrari não conta com italiano em
1973. Na esperança de um contrato numa equipa minimamente competitiva rejeita o
contrato com a Iso-Wiliams e volta às
corridas de Sport, mas em 1974 aceita finalmente a proposta de Frank Wiliams
para seu piloto correndo nos carros do inglês e pontuou na África do Sul (6º) e
em Itália (4º). As esperanças param 1975 são enormes, mas o chassis não é
competitivo e acaba por desetender-se com Frank Wiliams, a Fitipaldi ofereceu-lhe um volante para Monza mas com a
March e com os 761 que termina a temporada. Corre em Sport com os famosos de
T33 da Alfa Romeo e vence o Targa florio, em Dijon, Monza, Enna e Nurburgring. Mas
apesar de tudo, já não tem hipótese de regressar às equipas de topo, a Ferrari
encontrou em Niki Lauda e Clay Regazzonni, a fórmula de sucesso. Na Lotus, Ronnie
Petterson e Mario Andretti, são insubstituíveis tal como Emerson Fitipaldi e
Jockem Mass e Ken Tyrrel aposta nas novas esperança da F1 , Pactick Depailler e
Jody Scheckter. A solução de continuar na F1 é voltar a correr com os chassis
de Frank Wiliams, mas os acidentes e os abandonos sucedem-se e em 1977 faz
quatro provas pela March e experimenta a Shawood no GP da Austria. Duas épocas
sem pontuar é demais para Arturo Merzario, torna-se construtor e corre sem sucesso
com os seus A2 e A3, sem pontuar termina a sua carreira na F1. Em 1981 e 1982,
como construtor e com motores BMW aposta na F2 mas uma vez mais não é feliz. Volta
à competição à velocidade italiana em 1985 na categoria de Sport onde corre
periodicamente até 1990. Em 1991 sofre um brutal acidente e em 1992 obtém um
impressionante 2º nas 6 Horas de Vallelunga, perante uma geração de pilotos que
poderiam ser seus netos e aos 50 anos disputa o Maserati Ghibi Open a convite
da marca organizadora e perde a competição para Denny Zardo no final da mesma. A
sua carreira prolongou-se até a temporada de 2000 com vitórias em Monza e Spa
com o protótipo da Tampoli e com algumas vitórias à classe em corridas GT ao
volante de modelos da Ferrari e da Porsche entre 1996-2000. Arturo Merzario
também ficou conhecido pelo facto de ser o piloto pioneiro da Marlboro que esteve
sempre associado ao seu chapéu de cowboy. Arturo Merzario, foi sem dúvida um
grande piloto que foi condicionado pelas circunstâncias , a sua chegada à F1
mostrou que era um piloto de top, mas o Ferrari não era suficientemente
competitivo, com a chegada de Niki Lauda à F1 acabaram-se as possibilidades de
voltar à equipa Maranello, mas não hesitou em arriscar a sua vida, salvando da
morte certa o novo herói ….para um história um grande piloto e um grande homem,
que não se lamentava da sua sorte pois a sua paixão era a velocidade …. Arturo
Merzario esteve presente em 84 grandes
prémios e fez 57 largadas, tendo somado 11 pontos e encontra-se na posição
nº198 do raking deF1.
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