quinta-feira, março 25, 2010

Lendas das Quatro Rodas -A Saga do R5 Turbo

Em 1978, o pequeno Renault 5 utilitário da Renault chegava aos rallys ao mais alto nível depois do fracasso do Alpine Renault A310, Jean Ragnotti (2º) e Guy Freguelin (3º), subiam ao pódio em Monte Carlo, numa prova estranha para os favoritos, de facto o Porsche Carrera 3l alugado à última hora por Jean Pierre Niicolas ganhava a prova, enquanto que os franzinos Renault 5 Alpine ocupavam os lugares imediatos seguidos de quatro super carros da época, três Fiat 131 Abarth e um Lancia Stratos HF. Um novo pódio, era obtido por Jean Ragnotti no duro e violento Rally Badama, disputado na Costa do Marfim. Em 1979, Guy Freguelin voltava ao Monte Carlo terminava no top tem (8º) mas o 5 Alpine demonstrava que apenas era competitivo em condições especiais.

                                   Renault R5 Turbo - um ganhador em provas de asfalto  

O Renault 5 Turbo, construído a partir do Renault 5 a qual se associou a experiência dos motores de Turbo na passagem da equipa francesa pela F1, que debitava cerca de 1.397 cc para uma potência de 295 hp., era a desafio seguinte. A sua primeira grande prova, seria a Volta Itália de 1979, em que Guy Frequelin, utilizou um protótipo do que viria ser a R5 Turbo, os antigos pilotos da Alpine Renault, Bruno Saby e Jean Luc Therier, conseguiram os títulos de França em 1981 e 1982. Mas os grandes resultados do R5 Turbo no Mundial de Rallys seriam obtidos por Jean Ragnotti com as vitórias em Monte Carlo (1981) e Córsega (1982), provas em que os pequenos bólides franceses eram de facto os grandes especialistas. Em Portugal, o Renault 5 Turbo brilhou nas florestais nacionais e Joaquim Moutinho ganharia em condições dramáticas após o despiste de Joaquim Santos com o Ford RS200 o Rally de Vinho Porto, que motivou o abandono das equipas de fábrica. Mas o Renault 5 , na versão Maxi Turbo estava em testes, e pouco depois tornou-se uma das máquinas que animou vários campeonatos nacionais de rallys na Europa e em especial no campeonato francês. No Mundial de Ralys, na Volta à Cósega ou Tour de Course, a pequena” bomba” francesa foi nas edições de 1985 e 1986, a marca a bater.

Jean Ragnotti o grande piloto do R5 Turbo domina em Monte Carlo (1985)

 O Renault 5 Maxi Turbo, não era mais que uma evolução do R-5 Turbo de 1397 cc, estreando-se em 1985. Com uma potência de 350 CV para apenas 930 Kg, o Maxi Turbo, era equipado com pneus Michelin e teve como pilotos Jean Ragnotti , François Chatiriot e Didier Auriol que nunca obteve resultados internacionais de registo, Mas a consagração do Maxi turbo ocorreu em 1985 quando Ragnotti cilindrou os Grupos B oficiais das equipas que faziam todo o Campeonato Mundial de Rallys, como 205 Turbo 16 da Peugeot, o Sport Quattro da Audi ou o Lancia Rally 027. Principais resultados: - Jean Ragnotti (1º Córsega);François Chatiriot ( 1986 – 3º no Campeonato da Europa e 6º 1985 e 2º no Campeonato Nacional de França) - 1º Garrigues (F); 1º Alpin-Behra (F) ; 1º Tour Auto (F) ; 1ºVar (F); 2ºAntibes ( F); Carlos Sainz (1986 – Vice-Campeão de Espanha e 10º no campeonato da Europ:a (2ºCosta Brava (E)); 1ºCorte Inglês (E); 2ºAustúrias (E); 2ºCatalunha (E) 1ºSierra Morena (E).



Alan Oreille - A vitória a geral com um grupo N na Costa do Marfim
 A última versão do R5 GT Turbo, virada para uma clientela jovem e desportiva chegava ao Mundial de Rallys com resultados simplesmente sensacionais, uma vez que se tratava de uma versão de um carro de grupo N o ano de 1990 seria ímpar na história de um mini - carro que ficar no top ten seria um grande resultado e nesse contexto, destaca-se os resultados de Jean Balesi (10º) na Córsega e a vitória absoluta de Alan Oreille na Costa do Marfim um feito único, na última vitória de um Renault no Mundial de Rallys e o 9º no Rally San Remo, mas à frente de pilotos e carros mais competitivos. Terminava assim a saga do R5 nos rallys internacionais e nos muitos campeonatos nacionais em que participou.

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