Um dos carros mais populares da História dos rallys internacionais foi sem dúvida o Austin Cooper S, um pequeno carro que triunfou nas provas de referência na década de 1960. A aventura começou em 1957, quando o presidente da Bristh Motor Corporacion (BMC), deignou o engenheiro Alec Issigonis para projectar um veículo de dimensões reduzidas mas capaz de transportar quatro adultos. Assim no Verão de 1957 surgia o Austin 7, com um motor de 848 cc, e com uma potência de simbólica de 24 Cv., para um comprimento de 3 m e 1.35 de altura. Pouco depois a pequena máquina seria comercializada com o nome Morris Minor e definitivamente com a designação de Morris Mini. Em 1959, Jonh Cooper que ostentava o título de Campeão de Construtores de F1 da temporada, propôs ao seu amigo e pai do Mini, Alec Issigonis, a implantação de um motor Cooper no chassis do pequeno carro britânico, estavam dados os primeiros passos para ao aparecimento do famoso Austin Cooper S. A nova máquina na versão de 1961 tinha um motor de 997cc e dois carburadores e uma potência de 55cc. Na sua última evolução apresentada em 1967, debitava cerca de 100Cv para um motor de 1275cc. A primeira vitória internacional seria obtida pelo sueco Bengt Soderstrom no Rally da Suécia de 1962, mas a equipa de fábrica surgia em algumas provas do Campeonato Europeu de Rallys de 1963, principal competição de rallys da época. No mesmo ano a irmã de Stirling Moss, Pat vencia o Rally das Tulipas e o Rally da Alemanha e Rauno Aoltonen dispondo de uma versão que debitava cerca de 70 CV., obteve os resultados mais significativos da marca como os pódios de Monte Carlo (3º 1963) e 1000 Lagos (3º1963). Mas a primeira grande vitória surge com Paddy Hopkirk no Monte Carlo de 1964, que era então uma prova ímpar do calendário Mundial, pois ganhá-la era quase tão importante como ganhar o campeonato da Europa. O efeito publicitário era de facto fantástico para os construtores e com o devido reflexo nas suas vendas. Harry Kallstron seria segundo na Suécia e 2º no RAC, numa época em que os finlandeses voadores eram de facto os grandes ganhadores e Timo Makkinen vencia o clássca holandesa o Rally das Tulipas. 1965 seria um ano de ouro para o Cooper S, Rauno Aoltonen vencia o campeonato da Europa de Rallys e triunfava no nos Rallys de Genebra, Checoslováquia, Polónia, Três Cidades e no RAC , mas a marca inglesa através de Timo Makkinen tinha vencido em Monte Carlo e nos 1000 Lagos, o 2º no RAC, correspondia à primeira dobradinha do Cooper S. Em 1966, nova vitória de Timo Makkinen que venceu consecutivamente em Monte Carlo em 1965/1966 e 1967, mas em 1966, a edição da prova foi marcada por um escândalo de facto os Cooper S, pela seguinte ordem:Timo Makkinen, Rauno Aoltonen e Paddy Hopkirk ,dominaram o Monte Carlo, mas seriam desclassificados com o argumento que as lâmpadas de halogéneo não estavam devidamente homologados em França. A desclassificação atingia também Roger Clark com um Ford Cortina Lotus, pelo mesmo motivo favorecendo o Citroen DS21 de Pauli Toivonen que permitia o triunfo de um carro nacional em Monte Carlo. Em 1967, com a última versão do Cooper S, que disponha cerca de 100 CV., Rauno Aoltonen,vence e convence no Monte Carlo, obtendo uma das mais importantes vitórias da sua carreira, Timo Makkinen continuava imbatível no seu rally dos 1000 Lagos, mas jamais iria a Monte Carlo e o britânico Paddy Hopkirk vencia na Acrópele, na Coupe dos Alpes e na Irlanda, sendo ainda 2º no San Remo e na Suécia. Em 1968, o Cooper S perdia competividade face às novas máquinas que agora começavam a vingar nos rallys nomeadamente o Ford Escort RS1600 e o Porsche 911S, mas mesmo assim Rauno Aoltonen era 3º em Monte Carlo e Paddy Hopkirk era 2º em Portugal, enquanto que Timo Makkinen era agora piloto da Ford. Era o fim de uma era. Em Portugal os Cooper S animaram os Rallys nacionais e Manuel Gião em 1966 seria o primeiro campeão Nacional de Rallys, Heitor de Morais, Luís Netto, César Torres o “pai” do Rally de Portugal e que foi navegador de José Batista Santos no Rally de Monte Carlo em 1964, quando ainda no nosso país não havia um campeonato organizado. Mas uma das vitórias mais célebres do Cooper S em Portugal foi sem dúvida a XIV Volta a Portugal em que Manuel Gião foi um dos sete sobreviventes numa prova em que o Ferrari 250GT de Horácio Macedo dominou parte da prova mas no final era batido pelo Cooper S de Gião.
Rauno Aoltonen, Campeão da Europa de Rallys de 1965 na hora da vitória no RAC
Paddy Hopkirk (GB) - A primeira grande vitória do Cooper S em 1965 (Monte Carlo)
Tomy Makkinen à partida para a vitória no Monte Carlo de 1964
A equipa da Austin Cooper S - Da esquerda para a direita: Paul Easter (navegador); Simo Lampinem (piloto); Mike Wood (navegador); Stuart Turner (engenheiro); Rauno Aoltonem (Piloto); Tony Fall (Piloto); Paddy Hopkirk (Piloto); Henry Lindon (Navegador) e Ron Crelin (Navegador)
Manuel Gião - 1º Campeão Nacional de Rallys de Portugal - Volta à Madeira -1963
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