sexta-feira, setembro 16, 2011

Shekar Metha o "campeão africano" ou o grande especialista do Safary East Rally


Shekar Metha por pouco não vencia a sua última prova no WRC com o Nissan 200SX
(in World Rallying 10, 1987-1988, p.92)

O Nissan 240 RS foi o pior chassis utilizado pelo queniano...um pódio e pouco mais...
( in L` Annee Rallyes 85/86, p.79) 

Shekar Metha com o Datsun 160 J de grupo 2 vencia o Safari em 1979 e 1980 
(10 ans de championnat du Monde, p.130)

     O Datsun Violet marcou a internacionalização de Shekar Metka
(foto de J.C.Bonnaud -Rally Marrocos 1976) 


Com o rápido e nervoso, 240 Z, Metha obteve a primeira das cinco vitórias no Safari
(in Chromjuwelen.com)  

Shekhar Metha, nascido em Kampala (Uganda) e já não fazendo parte do nosso mundo foi sem dúvida o melhor piloto africano de rallys, sendo também o único piloto desse continente que pilotou com êxito numa equipa de fábrica. A sua estreia em rallys ocorreu no seu país natal com um BMW 1600 em 1966. Mas o seu primeiro resultado de sucesso obteve no Campeonato Internacional de Marcas com um Datsun 240Z no Rally Safri de 1972, quando aquele rally africano era uma verdadeira maratona dos rallys Internacionais. No ano seguinte o seu primeiro resultado de internacional, com o “charuto” como era conhecido o 240Z no Rally da Grécia (6º), considerando que a prova do Quénia em que viria a ser o grande especialista percorria algumas etapas dos campeonatos locais. Em 1973 e na estreia do Rally Safari no Quénia, obteve uma grande vitória embora com os mesmos pontos de Harry Kallstron que tripulava um Datsun 1800 SSS, face à penalização atribuída ao queniano mas que ao mesmo tempo, funcionou como factor de desempate já que sem a mesma Skehar Metha era o vencedor absoluto. Em 1974 de forma surpreendente é convidado para o volante de um Lancia Beta Coupé em San Remo e foi 4º numa prova ganha por Lancia, o Stratos de Sandro Munari. Em 1975 parte o motor do Beta Coupé no Safari e inicia a sua ligação com a Datsun, com o Violet é 5ºMarrocos e 7ºno Vinho do Porto, atrás do 260Z de Pedro Cortês (5º) e de Zé Megre (6º) com o já ultrapassado 240Z. Em 1976 despista-se no Safari com o Violet, é 3º na Acrópele, mas ganha no Chipre , prova pontuável para o Europeu de Rallys. Em 1977 parte o motor do Violet e é 6º no Rally das Tulipas então um clássico do Europeu. Para 1978 a Datsun estreia um novo chassis, o volumoso 160J, no Safari volta a partir o motor, mas na Acrópele vence a primeira das treze classificativas que constam no seu palmarés e é 3º numa prova dominada pelos Fiat 131 Abarth. Em 1979 o seu segundo triunfo no Safari e o 160 J ganha também no Rally do Kwait prova pontuável para o campeonato do Médio Oriente, apesar de ter apenas pontuado no Quénia é 10º no novo campeonato mundial de rallys para pilotos. No ano seguinte, o 160 J volta a ganhar no Safari é 4º no codasur e termina em 9º no Mundial de pilotos, com nova vitória no Rally Kwait e com uma estreia vitoriosa, com o Opel Ascona 400 no Rally dos Himalayas pontuável para o campeonato Ásia-Pacífico. Em 1981 a sua melhor época no WRC graças a um programa mais extenso no Mundial de Rallys, no final é 5º e vence pela quarta vez o Safari, o 160 J pontua ainda no Codasur (3º), Badama (3º) e Acrópele. Para 1982 a Nissan preparava uma nova montada, mas o 160 J na sua 4ª época de rallys, obtém mais uma vitória no Safari e 4º na Acrópele, e é 8º no Mundial. O 240 RS estreia em 1983 e a Datsun passa a denominar-se Nissan, mas não se revela um carro competitivo na sua primeira época é 4º na Nova Zelândia e na Argentina com um Audi Quattro, semi-oficial repete tal resultado. Em 1984, Shekar Metha estreia-se no asfalto de Monte Carlo com um Subaru EAF5 termina em 14º e faz o resto da época com o 240 RS, foi 9º no Mundial, 5ºSafari, 7ºGrécia, 3ºna Costa do Marfim, o primeiro e único pódio desta versão da Nissan. Dois quartos lugares na Acrópele e na Argentina e para 1987, o queniano desenvolve o novo 200SX, um 8º noOlympus no regresso no Mundial de Rallys e um 2º na Costa do Marfim, o melhor resultado do novo grupo A e o fim da carreira como piloto, mas continuaria ligado ao WRC como comissário técnico da FIA até ao fim dos seus dias. Shekar Metha, nunca teve por vontade própria um programa extenso de rallys, sendo um especialista em grandes provas de terra na época em que os rallys eram autênticas maratonas, mas o seu potencial como piloto de fábrica ficou demonstrado em 1982 quando a Nissan lhe apresentou um programa de cinco provas.

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