segunda-feira, setembro 19, 2011

Walter um gigante dentro e fora das suas máquinas...

Walter Röhrl (Opel Ascona SR) no RAC 1974, o primeiro resultado de vulto no WRC.
(foto de H.W.Bishop)

Walter Rörld um rally ao sprint 4s sobre Markku Allen na Acrópele de 1978
(foto de Martin Holmes)

Super Quatro E2 entre os "tffosi" a caminho da vitória em San Remo 1985
(foto in L´Année Rallys 1983)

O bi campeonato assegurado no Badama de 1982 na hora de regresso à Opel
(foto de J.C.Bonnaud)

O 200 Quattro, um verdadeiro "taxi" na sua última prova de Walter Rörld  no WRC
( in Worl Rallying 10, dir. Matin Holmes, p.63)


Walter Röhrl  foi uma das estrelas da geração do WRC na década de 1980, um  piloto completo que chega tarde aos rallys, a morte de um irmão num acidente rodoviário não facilitou o desenvolvimento da carreira germânico no desporto automóvel mais cedo. As primeiras brincadeiras ocorreram durante oito anos ao serviço de uma paróquia alemã, em que o padre chegava sem atrasos para a celebração do serviço de culto. Em 1968 quase clandestinamente sem conhecimento da família fez as primeiras provas e em 1971, a Ford Alemã graças à sua notoriedade, contrata Walter para um programa de cinco provas, com o Capri nas versões de Grupo 2 e 1, duas vitórias e três pódios foram o saldo desta operação. E a Opel não ficaria indiferente às suas perfomances  e contrata o germânico para um programa ambicioso na temporada de 1974 o Europeu de Rallys e Rörhrl, conquista com a maior facilidade o mesmo. Em 1973, estreou-se no Monte Carlo com o Opel Ascona SR e em 1974 obtém o seu primeiro resultado de vulto no WRC, 5º no RAC. Em 1975, o alemão alinha em seis provas, termina uma com uma vitória inesperada na Acrópele, mas com mais de meia hora de avanço da vedeta local “Siroco” que tripulava um Alpine Renault 1800S. Com um programa semelhante no ano seguinte apenas termina uma prova o Monte Carlo (4º) com o novo modelo da marca alemã o Kadett G/TE, num pódio totalmente dominado pela Lancia, uma tripla com os três Stratos HF. Em 1977  não termina nenhuma prova com o G/TE, mas faz duas provas sem resultados com o Fiat 131 Abarth. Na temporada seguinte, continua com o 131 Abarth vence na Grécia e no Critério Quebec e é 9º na Taça Fia que daria lugar ao Mundial de pilotos. Em 1979 faz apenas quatro provas mas apenas um resultado de registo, 2º em San Remo e 9º no Mundial. Para 1980 um programa mais intenso no WRC e ganha definitivamente um estatuto de piloto ganhador no grupo Fiat, com as vitórias no Monte Carlo, em Portugal, na Argentina e em San Remo e no final da época é campeão Mundial. Mas em 1981 opta por um ano sabático e apenas alinha no San Remo com um Porsche 911 SC, desistindo com problemas de caixa. A Opel recorre ao alemão para 1982 já que necessitava de um piloto de ponta, Walter em dez prova, termina nove, faz oito pódios e ganha a prova de abertura em Monte Carlo e a última no RAC, numa época em que o Audi Quatro já demonstrava as suas potencialidades de carro ganhador, mas tal não intimidou, Rörhl que  somava o segundo título. No ano seguinte, ao contrário do que se esperava, volta ao grupo Fiat para pilotar o Lancia Rally 037, é vice-campeão do mundo, voltando a ganhar em Monte Carlo, mas também em pisos adversos como os da Acrópele e da Nova Zelândia, mais favoráveis aos muitos cavalos e à tracção integral dos Quatro. A Audi Sport passa a contar com o germânico a partir de 1984 até final da sua carreira, na estreia com o Sport Quattro ganha pela quarta vez em Monte Carlo, mas o ano não corre bem. Em 1985, era impressionante ver o campeão alemão, a dominar o “monstro” como era conhecido o Sport Quattro E2 que ganha em San Remo na estreia, mais três pódios ainda com a versão original do Sport Quattro e acabava em 3º no WRC. O Mundial de 1986 para Walter termina em Portugal já que foi um dos pilotos mais críticos das velocidades atingidas pelo Grupo B e o acidente em Sintra foi mais que suficiente para a sua paragem não definitiva, pois voltaria em 1987 com o novo Grupo A o Audi 200 Quattro que ganharia o Safari nas mãos de Hannu Mikkola com o alemão na segunda posição. Aos 40 anos, com dois títulos mundiais, 14 vitórias, 31 pódios e 423 vitórias em classificativas, o germânico abandona os rallys após o  Acrópele, ainda passou pela DTM, e pelos ensaios de desenvolvimento dos modelos Porsche versão cliente , ainda hoje vai marcando presença em rallys históricos. Na Alemanha continua a ser o piloto de rallys mais conhecido … mas também pela sua altura cerca de 1,90 cm, que não impedia a sua harmonização com o elegante Lancia Rally 037, mas também pela sua serenidade que nada tinha haver com a fúria dos Sport Quattro cujo rugido, tamanho e rapidez não deixava ninguém indiferente. ...Para os portugueses, a classificativa de Arganil do Rally de Portugal de 1980 ficou na memória, onde no meio do nevoeiro cerrado o alemão ganharia cerca de 4m40s a Markku Allen simplesmente, o maior especialista da prova lusitana, o alemão recordava esse acontecimento no site do Autosport /Portugal  do segundo modo : "Aquilo que aconteceu foi algo único e irrepetível. Tinha treinado o troço mais vezes que o habitual, e em cada momento tinha a certeza do sítio exato onde estava, mesmo sem ver nada. Se as notas referiam 150 metros eu podia fechar os olhos e sabia o que ia encontrar e o segredo foi ter percorrido mentalmente o troço deitado na minha cama no hotel. Foi perfeito e não falhei uma única curva, agora se aquilo seria possível repetir, não imagino.". Nessa altura, muito se disse relativamente ao sucedido, desde ter atalhado, óculos especiais para nevoeiro, etc. Talvez este tenha sido o ponto mais alto de sempre dum piloto em toda a história do mundial de ralis".

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