A primeira temporada dos anos noventa na Fórmula Um, foi marcada novamente pelo duelo entre Ayrton Senna e Alan Prost, que disputaram o título até ao último GP., que seria assombrado pelo toque do piloto brasileiro atirando Prost para fora da pista. Para alguns analistas Alan Prost tal como Ayrton Senna em 1989, foi o campeão moral, todavia a verdade para nós historiadores o piloto brasileiro para todos os efeitos foi o mais rápido em pista e a estatística das vitórias e das poles torna-o simplesmente um piloto ímpar. De facto a maioria dos jornalistas ingleses e franceses, ignoraram que o MP4-B era um F1 sofrível que nas mãos do piloto brasileiro, conheceu oito pole position e seis vitórias absolutas. Dois aspectos devem ser salientados quando se considera a evolução da aerodinâmica, responsável pela queda monumental de todos os recordes dos circuitos de Grand Prix e a segurança que cockpit dos F1, que foram efecientes evitando a fatalidade nos vários acidentes que ocorreram durante a época. O Mundial de 1990, iniciava-se no continente americano, em Fhoenix .Ayrton Senna vence sem contestação, os Ferraris decepcionaram e Jean Alesi foi a revelação ao ocupar o 2º posto com o modesto Tyrrell 018, no final da prova o francês afirmou “Foi um sonho lutar com o Ayrton, meu ídolo desde os tempos da F3”. No Brasil, em Interlagos o Ferrari 641, obtém a vitória absoluta, depois de um toque de Senna em Nakajima, até então o piloto da casa tinha dominado os treinos e a prova, mesmo assim chega ao pódio (foi 3º). A uma questão levantada pela imprensa, Alan Prost responde sobre o seu triunfo “Se pensasse que só ganharia provas quando o Ayrton tem problemas, abandonaria”. Em Imola o terceiro vencedor da época, Ricardo Patrese e a Ferrari anuncia a entrega de motores à Minardi e a Yamanha chega a acordo para o fornecimento de propulsores à Brabham. No Mónaco, Aryton Senna, foi imperial e consciência do seu feito ficou registado em breves palavras “Estou mais rápido que a Mclarem”. No final da prova apenas seis sobreviventes e Alex Caffi (6º) em Footwork Arrows A-11B, deu os primeiros pontos a esta modesta equipa. No GP do Canadá, a Mclarem domina, Gerard Berger ganha na pista e perde na secretaria ao ser penalizado por falsa partida, Ayrton Senna é o vencedor e Nelson Piquet é segundo numa corrida onde seria fortemente pressionado pelos Ferrari, Piquet diria: “Eu parecia uma sandwiche entre as duas Ferraris. Fiz valer os meus treze anos de Fórmula 1”. No México, Alan Prost partiu para uma notável sequência de três triunfos e no Circuito Hermanos Rodriguez, agressivo desde a partida, arriscando nas ultrapassagens, o francês ultrapassou quase metade dos pilotos em pista no caminho da vitória. Apesar de tudo, Aryton Senna dominou até à 40ªvolta sendo vítima da estratégia de troca de pneus da equipa. Em Paul Ricard e Silvestorne o Ferrari de Alan Prost vence mas na corrida inglesa Nigel Mansell foi a vedeta em pista, no final da prova anuncia o seu abandono da F1 : ”Continuarei a competir a 100% até final do ano , e espero ganhar um ou dois GPs. Farei tudo o que puder para ajudar o Alain a ganhar o campeonato. Estou muito contente pela Ferrari ter conseguido o que se vê.Adelaide será o meu último GP. Na Alemanha, foi a vez da Ferrari fazer todo errado numa vitória fácil de Ayrton Senna onde Sandro Nannin foi o seu único adversário o italiano que admitiu que “…era mais rápido no “estádio”, mas o Ayrton era o mais rápido na 2ª chicane e por isso me ultrapassou à entrada da 3ª “. No Hungaroring, o Wiliams FW18 faz a pole e ganha com Thierry Bousten, os acidentes sucedem-se de fora Nannin, Berger, Alesi e Prost. Piquet é entre os favoritos o 3º no pódio e Senna, segundo, jogou para os pontos como expressa o seu comentário à prova:”Este é um belo resultado para mim”. A Camel anuncia o patrocínio à Benetton e à Wiliams. Em SPA, Ayrton Senna bate a concorrência de ponta a ponta e renova com a Mclarem Internacional apesar do interesse de Frank Wiliams em tê-lo no seu team. Em Monza Ayrton Senna bate o francês e impede a desejada vitória dos carros de Enzo Ferrari e a FISA apresenta novas regras que terão efeito a partir de 1991, numa época em que as velocidades em curva impõem forças laterais na ordem dos 4.5G. No Estoril, Nigel Mansell vence e Alan Prost é terceiro e a tensão cresce na equipa, o piloto francês afirma “Decidamente não tenho sorte com os meus companheiros da equipa” e Nigel Mansell rematou “Senna é um dos maiores pilotos da F1…” . A Renault Sport confirma que a partir de 1992 fornecerá motores à Ligier e a Lotus e a Laurosse perdem os motores da Lborghini. Sandro Nannin era contrato pela Ferrari Sport e Jean Alesi estava então em negociações, num momento em que a tensão crescia na equipa de Maranello. Em Espanha, uma dobradinha da Ferrari e o vencedor Alan Prost não evita o seu contentamento “Agora sim, a Ferrari trabalhou como equipa”. Nigel Mansell surpreende o padock da F1, quando assina um contrato com Frank Wiliams, depois de anunciar solenemente com toda a família na box da Ferrari dois meses antes, o gigante inglês diria então: “Eu mesmo estou surpreso por ter revertido a minha posição. As razões são muitas e positivas. Sempre afirmei que não estou na F1 só pelo dinheiro ou para fazer número, mas para ganhar corridas e, se possível, o campeonato”. No Japão, em Fuji, mais uma vez a temporada acaba mal, com Ayrton Senna a colidir em Prost, Nelson Piquet vencedor da corrida japonesa, sobre a manobra de Ayrton, diria “Ele simplesmente entrou na traseira de Prost”. Num final de Campeonato justo, mas infeliz , o novo campeão diria. “Foi a temporada mais difícil da minha carreira, sem dúvida. Mas a conquista do bicampeonato, depois de toda a pressão que sofri, acabou tendo um saber especial". A Mclarem renovava novamente o título graças a Ayrton Senna que obteve por pouco o dobro da pontuação de Gerard Berger o número dois da equipa. Mundial de Pilotos: 1ºA.Senna (BR) 78; 2ºA.Prost(F) 73; 3ºN.Piquet(BR) 44; 4ºG.Berger (AUS) 43; 5ºN.Mansell (GB) 37; 6ºT.Bousten (BL) 34; 7ºR.Patrese (I) 23; 8ºA.Nannin (I) 21; 9ºJ.Alesi (F) 13; 10ºI.Capelli (F) 6; 11ºR.Moreno (BR) 6; 12ºA.Suzuki (J) 6;13ºE.Bernard (F) 5; 14ºD.Warwick (GB) 3; 15ºS.Nakajima (J) 3; 16ºS.Modena (I) 2; 17ºA.Caffi (I) 2 e 18ºM.Gugelmin (BR) 1. Mundial de construtores: 1ºMclarem (121); 2ºFerrari (110); 3ºBennetton (71); 4ºWiliams (57) 5ºTyrrell (16); 6ºLaurosse (11); 7ºLeyton House (3); 8ºBrabham (2) e 9ºArrows (2).
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