Ainda longe da evolução dos modelos de Grupo B, a Fia, seis anos depois procurava já limitar a potência dos diferentes modelos que iriam correr o Mundial de 1992. De resto a limitação da potência a 300 bhp., já não foi respeitada no ano anterior pela maioria das equipas de fábrica e nesse contexto de tentar conter a escalada de potência, a maior alteração técnica, consistiu na utilização de um restritor de 38 mmm em carros do Grupo A. A limitação dos treinos foi outra das alterações introduzidas no Mundial de Rallys. O Monte Carlo, marcou a primeira derrota da Lancia desde 1985 com uma vitória incontestada de Carlos Sainz que foi simplesmente imperial mesmo considerando que a revelação do Rally, François Delecour com o novo Cosworth RS da Ford. O velho Galant VR4, pilotado por Keneth Eiksson vence o seu rally (Suécia), com pouco mais de duas dezenas de segundo sobre Mats Joasson porém na lista de inscritos os três principais pilotos suecos não estiveram à partida: Stig Blomqvist, Bjorn Waldegaard e Mikael Eriksson, numa prova em que nenhum não nórdico se classificou nos dez primeiros da geral. Em Portugal à quinta tentativa Carlos Sainz vence o rally e assume a liderança do mundial e Carlos Bica num modesto 10º era o melhor nacional numa prova apagada dos Lancia Martini que apesar de tudo colocaram dois carros no pódio. Em Itália o modelo Super Delta iniciava os testes para o mundial de 1992. No Safari, a Lancia renasceu com a vitória de Jukka Kankkunen depois de quase seis meses em branco. Os riscos da prova queniana foram motivo de reflexão na única prova de estrada aberta em função de alguns acidentes que apesar de não terem terminado em tragédia, tiveram algo de inédito como o Nissan 200 SX que embateu contra …um comboio. O sistema de telemetria que equipava a F1 chegava aos rallys pelas mãos da Nissan que utilizou tal dispositivo nos Sunny GTI-R. Na Córsega um dos melhores rallys do ano, quatro pilotos de marcas diferentes passaram pela liderança e “el matador”, Carlos Sainz voltava a ganhar perante a resistência francesa que encontrou em François Chatiriot o piloto de ponta que liderava a prova quando a transmissão cedeu. Apesar do segundo posto, Didier Auriol, a Lancia saiu da quarta ronda com um sabor amargo. Uma vez que o piloto francês dispondo de assistência oficial não conseguiu inicialmente “andar” próximo dos tempos efectuados em 1991. A Grécia, ao contrário da prova francesa foi uma festa para a Lancia que colocou três carros nos quatro primeiros lugares e Jukka Kankkunen foi um vencedor feliz depois de ter sido durante maior parte da prova um espectador privilegiado da luta Auriol e Eriksson. Sete equipas oficiais marcaram presença no rally de Acrópele que marcou a estreia do filho do presidente da Argentina no Mundial de Ralys, Carlos Meném Jr. A caravana abandonava a Europa em direcção ao Pacífico, Na Nova Zelândia, confirmava-se que a luta pelo Mundial de Pilotos seria entre Carlos Sainz e Jukka Kankkunen, o primeiro triunfava mas seria outro finlandês Markku Allen que ao colocar o Subaru Legacy Turbo na 4ª posição a grande surpresa da prova. Na Argentina, o habitual domínio da Lancia seria posto em causa com a vitória do GT4 de Carlos Sainz que bateu os quatro “Integrale” que ocuparam as posições seguintes. O último rally fora da Europa seria ganho por Jukka Kankkunen que lutava já taco a taco pelo título mundial com Carlos Sainz. O piloto espanhol, não aguentaria a pressão despistou-se por três vezes a última a 150 Km /h fazendo o Toyota voar e rodopiar, aterrando com as quatro rodos no solo para sorte da equipa espanhola. Em San Remo o habitual domínio da Lancia e para Didier Auriol finalmente a primeira vitória e Ove Andersson, o director da Toyota, apesar de duvidar do andamento dos carros italianos acabou por não protestar até que os GT4 estiveram irreconhecíveis. Em África corria-se na Costa do Marfim sem interesse para as equipas oficiais e entregue aos pilotos locais e teams semi-oficias, o japonês Kenjiro Shinozuka em Mitsubhish Galant VR4 ganhou sem contestação. Na Catalunha, Carlos Sainz considerado favorito acaba fora de prova na 2ªEtapa, Jukka Kankkunem assume a liderança do campeonato e Armin Schwarz o piloto que mais Toyotas atirou para a sucata obtinha a sua primeira e última vitória em rallys do Mundial, a Lancia era já campeão de marcas. Na prova inglesa, a Lancia e Kankkunen confirmaram os títulos pilotos e de marcas e Carlos Sainz que terminou o RAC em 3º foi considerado o piloto mais rápido do ano, mas na prática perdeu um título que esteve ao longo da temporada perfeitamente ao seu alcance. Piero Liatti era o novo campeão da Europa, Carlos Bica voltava a ganhar o nacional de rallys .Mundial de pilotos (10ºs): 1ºJ.Kankkunen (SF) 150; 2ºC.Sainz € 143; 3ºD.Auriol (F) 101; 4ºM.Biasion (I) 69; 5ºK.Eriksson (S) 66; 5ºA.Schwarz (D) 55; 6ºM.Allen (SF) 40; 6ºF.Delecour (F) 40; 8ºF.Delecour (F) 40; 9ºJ.Recalde (RA) 29 e 10ºM.Ericsson (S) 27. Mundial de Marcas (10ºs) 1ºLancia (137); 2ºToyota (128); 3ºMitsbhish (62); 4ºFord (54); 5ºMazda(44); 6ºSubaru
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