O ano de 1989 seria novamente dominado pela Lancia Martini e por Massimo Biasion que venceria o mundial pela segunda vez consecutiva, a equipa italiana chegava ao sexto título. Contra os Lancia que tudo pareciam vencer, nada a fazer, numa época em que de novo o Mundial de Rallys parecia um Troféu Delta. Na Suécia, uma surpresa Ingvar Carlsson em Mazda 323 4WD , ao fim de 14 anos de rally a sua primeira vitória ao mais alto nível. A Lancia estava representada pela Astra e Mikael Eiksson seria segundo numa prova denominada pelos suecos. O Monte Carlo seria enlutado pela morte Lars Eik Thorph um piloto em ascensão e que desempenhava a função de piloto batedor de Frederick Shoghag e Massion Basion triunfou num pódio exclusivo dos Lancia Integrale HF. Em Portugal o italiano obteve a segunda vitória da época no segundo pódio consecutivo da Lancia e Carlos Sainz com a verão do Delta HF em 6º era o melhor nacional. Os Toyota passaram pelo comando da prova, os seus pilotos andaram a 200% e o violento despiste de Carlos Sainz afastaram em definitivo as esperanças dos carros japoneses. No Quénia, mais uma de Massimo Biasion, que recebeu pela segunda vez, os louros da vitória, no Safari. Uma grande alegria para o italiano, que mesmo assim, não deixou de preocupar os analistas mundiais de ralis, nessa altura desiludidos com a evolução do Mundial, já tão “moribundo” por causa do incessante domínio dos Lancia. Na Córsega, a Lancia recrutou Didier Auriol e ganhou com autoridade um rally em que os BMW e os Toyota acabaram por surpreender favoravelmente. O BMW M3de François Chatiriot, foi sempre o principal adversário de Didier Auriol, conseguindo mesmo ultrapassar o favoritismo de Yves Loubet, que tripulava um carro idêntico ao de Auriol. Depois a chuva estragou tudo e beneficiou umavez mais os carros de tracção “Integrale”, o piloto francês declarou “Ele só contava com Yves. Agora percebeu porque ando de BMW”.Massimo Biasion vence na Grécia no terceiro pódio da Lancia Martini. Os Celica GT4 de Sainz e Kankkunen , fizeram figura neste rali, mas depois de terem estado nos primeiros lugares, os chassis não aguentaram, desfazendo-se, mesmo assim como as transmissões. Durante a prova, Jukka Kankkunen afirmava: “O meu carro desfaz-se. A equipa fê-lo andar, mas ele não aguenta esse ritmo”. O piloto local, Jigger (9º) que alinhou com a perna esquerda engessada, optando por isso, pela embraiagem automática Valeo. Mesmo assim seria o melhor nacional. Sem a Lancia, Ingvar Carlsson conquistou uma das mais fáceis vitórias da temporada. Para a Mazda, esta ida à Nova Zelândia estava na linha de um programa traçado, para viabilizar também a participação no rally da Austrália, depois de não alinhar na Acrópele, por se ter considerado o 323 pouco fiável. O sueco no fim do rally confessava que “ Depois de ter ganho na Suécia foi preciso atravessar o Mundo para repetir o feito. Que terei de fazer a seguir”. Nunca se tinha visto uma coisa do género: cinquenta mil ou mais espectadores, estavam nas tribunas do estádio de Córdoba, para aplaudir três Delta oficiais, um Audi 200 Quattro, um par de Subaru, e outros Renault 18, para além de mais umas dezenas de marcas sem qualquer significado. Cinquenta mil desejosos de dar os seus maiores aplausos directamente a um rally onde a Lancia obteve os pontos necessários para que a certeza matemática do título se confirmasse, pela terceira vez consecutiva. O sueco Mikael Eriksson, outro piloto convidado pela a Lancia Martini na hora da vitória dizia: “Não queria viria.Não queria alinhar nesta prova, que tinha preparado mal. Afinal ganhei”. Nos 1000 Lakes a surpresa era Mikael Eriksson por duas razões, a primeira por ter sido o primeiro não finlandês a ganhar a prova e a segunda, por ter sido a primeira vitória do Mundial de um Mitsubhish, o feito foi conseguido pelo GalantvR4, mas Carlos Sainz na terceira posição foi a estrela do rally o espanhol afirmava “Andei a 100 %, voei durante três dias, e acabei a voar (…) fora da estrada”. Nova vitória não Lancia, os Toyota Celica GT4, obtinham a primeira dobradinha com Jukka Kankkunen à frente de Mikael Eriksson, Markku Allen no lugar mais baixo do pódio queixava-se da competitividade do Lancia. Os australianos estavam eufóricos com o sucesso da estreia do seu rally. Numa prova praticamente para os pilotos locais o frágil Renaault GT5 Turbo de Alan Oreille triunfava naquela prova que foi a única ganha por um carro de Grupo N. Em San Remo , a quinta vitória de Massimo Biasion com a nova versão do Integrale com a versão 16 válvulas e que surgiu pintado de vermelho em vez de branco, que o italiano na hora da dupla consagração chamou da “mulher de vermelho”. Sem os Lancia no RAC, o Galant VR4 obteve a segunda vitória, numa prova discutida ao segundo entre Penti Arikala e Carlos Sainz, o finlandês da Mitsubhish declarou no final do rally “Ao fim de tanto tempo, consegui aquilo que mais ambicionava: Vencer o RAC. Mas o Sainz ia-me estragando os planos”. Os Toyota no final do campeonato mostravam-se mais fiáveis e competitivos, novos desafios esperavam a marca nipónica. Yves Loubet em Lancia Delta Integrale ganhava o Europeu, no Paris-Dakar que se tornava uma prova prestigiada e menos uma aventura, o Peugeot 405 Turbo 16 era o vencedor e em Portugal, o título era naturalmente para Carlos Bica. Mundial de Pilotos (10ºs): 1ºM.Biasion (I) 106; 2ºA.Fiori (I) 65; 3ºJ.Kankkunen (SF) 60; 4ºD.Auriol (F) 50; 5ºM.Eriksson(S) 50; 6ºK.Eriksson (S) 47; 7ªCarlsson(S) 47; 8ºC.Sainz (E) 43; 9º M.Allen (SF) 39 e 10º A.Oreille (F) 27. Mundial de Marcas: 1ºLancia (140); 2ºToyota (101); 3ºMazda (73); 4ºMitsubhish(58); 5ºAudi (43); 6ºBMW (37); 7ºRenault (30); 8ºNissan (18); 9ºWolswagen (15); 10ºRenault (10).
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