sábado, agosto 13, 2011

Timo Salonen um campeão ...que merecia melhor palmarés


 1ºRally Motogard -1980- Timo Salomen (Datsun 160 J)
  (foto Martin  Holmes in 10 Annes de Championnat du Monde, p.190)

1º Rally Costa do Marfim -1981 - Datsun Violet GTS
(foto de Martin Holmes in 10 anns du Championnat ddu Monde, p.145

 1º Rally dos 1000 Lagos (1996) -Peugeot 205 Turbo 16 E2
(foto de Martin Holmes, World Rallying 9, p.77)

O ex-205 Turbo E2 de Timo Salomen numa exposição da Autosport Internacional. 

TIMO SALONEN foi outro dos grandes pilotos que marcaram as décadas de setente e oitenta no WRC, no entanto a sua rapidez e versatilidade só se tornou evidente e indiscutível na época dos Grupo B. De facto, o finlandês perdeu muito tempo (?) da sua carreira, ao volante de vários modelos da Nissan que jamais se revelariam rápidos e competitivos, apesar da sua fiabilidade nas provas de terra. Porém, Timo Salonen tinha uma ligação quase umbilical à marca uma vez que seria com um Datsun 1600 SSS que  se  iniciaria  nos rallys  finlandeses em 1970. Mas os primeiros resultados de vulto de Timo Salomen seriam dois sextos com um  Datsun Violet nos anos de 1975 e 1976 nos 1000 Lagos. Em 1977 a primeira oportunidade para pilotar para uma equipa de fábrica, a Fiat /Itália, com um programa reduzido a três rallys, na estreia o seu primeiro pódio (2º) e apenas batido pelo surpreendente K. Hamalainen  em Ford Escort RS1800, no Rally dos 1000 Lagos . Na prova seguinte, no Critério Quebec e em plena luta pela liderança de construtores a Fiat dispõe de quatro 131 Abarth`s (Allen, Rohrl, Makkinen, Lampinen e Salomen), mas com 26 anos Timo ganha o seu primeiro rally no WRC. Em 1979  , a  Datsun, a exemplo da Toyota, constituiu  o Team Datsun Europe e Timo Salomem pela primeira vez tem um programa a sério para o WRC, com o pesado Datsun 160 J  e pontua quatro vezes em provas:   2ºAcrópele, 5ºSafari,  2ºQuebec e 3º no RAC  e é 4º no Mundial. A robustez e durabilidade do 160 J, permite-lhe fazer mais uma época em 1980 sendo 7º no Mundial, termina três provas, despista-se em duas é 7º na Suécia, 6º no Safari e obtém a sua segunda vitória na Nova Zelândia impondo o seu 160 J do Grupo 2 aos restantes Grupo 4 que dominam o top 10. Para 1981, estreia o Violet GTS  é 6º no mundial mas pela primeira vez tinha um programa quase total (9 provas) , o GTS  termina quatro provas, a juventude do Violet era um problema nomeadamente o motor. Mas mesmo assim, foi 4º no Safari, 4º 1000 Lagos, 12ºSan Remo e ganha à vontade na Costa do Marfim onde apenas a Toyota (Celica GT) e a Peugeot (504 V6 Coupé) marcaram presença. Por questões comerciais, a Datsun dá lugar à denominação de Nissan e mas Team Europe  mantém o Violet, o finlandês volta a ser vítima das avarias mecânicas deste modelo, mas pontua duas vezes, o 4º na Nova Zelândia e estreia o Sílvia Turbo nos 1000 Lagos é obtém outro 4º.  No dia 1 de Janeiro de 1983, a Nissan apresenta a sua nova montada para 1983, o Nissan 240 RS um modelo pouco competitivo face aos carros da Audi, da Opel ou da Lancia,  um pódio (2º) na Nova Zelândia, 8º nos 1000 Lagos e 14º em Monte Carlo, não terminando por problemas mecânicos, quatro das provas do campeonato, a caixa de velocidades era um problema do 240 RS, todavia resolvida para o Mundial de 1984. Mas o modelo era incapaz de andar ao nível das novas máquinas, agora com mais um adversário de peso o Peugeot 205 Turbo,  Salonen termiava em 9º no mundial (10º em Monte Carlo, 7ºSafari, 6ºna Acrópele, 4ºNova Zelândia e 6º no RAC. Para a temporada de 1995, Timo Salonen pela primeira vez tem um  programa ambicioso e é contratado para acompanhar Ary Vatanen, todavia acaba por ser a grande aposta da equipa e quando se verifica o gravíssimo acidente de Ary na Argentina, já liderava confortavelmente o Mundial que lhe daria o título Mundial (3ºMonte Carlo, 3ºSuécia, 1ºPortugal, 7ºSafari, 1ºAcrópele, 1ºNova Zelândia, 1ºArgentina, 1º 1000 Lagos e 2ºSan Remo. Antes do final do ano, ganha o estatuto de 1ºpiloto da Peugeot e em 1986, surge o 205 T16 E2,  numa época em que os carros de rally faziam tempos e atingiam velocidades impressionantes, as avarias mecânicas penalizaram fortemente a sua temporada seria 3º no Mundial e terminaria apenas quatro provas (2º Suécia, 5ºNovaZelândia,1 º San Remo e 1ºRAC a 9ºvitória absoluta da sua carreira  ). No final do ano a FIA acabava com os Grupo B, após uma reflexão sobre uma temporada acidentada, com um despiste de Joaquim Santos (Ford RS200) quando depois de passar uma lomba deparou-se com uma serie de espectadores no meio da estrada, o próprio Timo terminou a ronde de Sintra sem a parte traseira do 205 após um toque numa equipa de cinema postada à saída de uma curva e quase dois meses depois o acidente mortal de Henri Toivonen, cuja imagem de destruição do Lancia Delta S4, lembrava os destroços de um acidente de aviação. Terminava assim uma época única e inesquecível para quem viu os Grupo B na estrada mas também Timo Salonen abandonava o WRC , um piloto, reconhecido pela sua robuztez, simpatia e rapidez, cujo palmarés não demonstra, pelo tempo que passou no Tean Nissan/Datsun Team Europe.               

2 comentários:

Manuel Sentino disse...

Salonen ainda correu para a Mazda com o 323 Grupo A

Arlindo Sena disse...

É verdade, ...o modelo era o 323 4WD e foi utilizado nas temporadas de 1987 e 1988. Em 1987 venceu o Rally da Suécia nas 4 provas em que alinhou nas restantes desistiu com problemas mecânicos. Em 1988, foi 5º no Mundial e terminou três dos cinco rallys: 5ºMonte Carlo,4º1000 Lagos e 2ºRAc.Obrigado, Wildcat pelo seu repara.