sábado, agosto 29, 2009

1986 - O fim dos Grupo B, um ano trágico e polémico.

1986 seria o primeiro e o último ano dos Super Carros de Rally, se no ano anterior as grandes marcas mostraram que os rallys estavam a mudar e o espectáculo aproximava-se da loucura, com as trajectórias a serem corrigidas em cima dos espectadores, o certo é que os dirigentes da FIA e das provas do Mundial, tiveram que reagir face à sucessão de acontecimentos trágicos que os Grupo B provocaram face a um progresso tecnológico que se desenvolveu rapidamente, ultrapassando todas as oportunidades abertas pelo regulamento do Grupo B. Não podemos esquecer que em 1985, Atílio Bettega, despista-se mortalmente na Córsega, cuja tragédia volta a enlutar a Lancia em 1986 com Henri Toivonen , considerado um dos mais rápidos e espectaculares pilotos de Grupo B. Todavia seria o Rally Vinho do Porto, o ponto de reflexão quando, Campeão Nacional, Joaquim Santos despista-se com o seu Ford RS200 sobre os espectadores que atropela alguns deles de forma mortal. A solução seria o regresso aos carros de serie o chamado Grupo A com algumas alterações e que já participava como um segundo pelotão do Mundial de Rallys. Em termos desportivos, foi o ano das estreias do Audi Sport Quattro e do pouco competitivo Citroen BX4TC na Suécia, da nova versão da Peugeot com 205Turbo 16E2, que se juntavam aos Lancia Delta S4, MG Metro 6R4 e o Toyota Celica Twicam Turbo, cuja potência situava-se entre os 700 e os 800 rpm., alcançando os 100 Km/h em cerca de 2.5 s. Em Monte Carlo, Henri Toivonen (Lancia Delta S4) obtém a segunda vitória da carreira após um pequeno despiste e Timo Salomen limita-se a segurar o 2º lugar, que lhe valeu as maiores crítica da imprensa da especialidade já que se tratava do último campeão mundial. Na Suécia, Jukka Kankkunen , recém recruta da Peugeot, ganha a sua primeira vitória fora de África, repetindo a proeza na Acrópele e na Nova Zelândia sendo campeão mundial no fim da temporada. Em Portugal, após o acidente de Joaquim Santos as equipas oficiais recusam continuar o rally e Joaquim Moutinho em Renault R5 Turbo torna-se o primeiro português a vencer uma prova do mundial. Giovanni Del Zoppo obtém o melhor resultado de um Grupo A, colocando o seu pequeno Fiat Uno Turbo logo atrás do 037 de Carlos Bica que ficou a 15 minutos do Renault da Galp. Bjorn Waldeggard ganha no Safari e repete na Costa do Marfim, onde o robusto Toyota é imbatível, no Quénia era a 3º consecutiva e a 7ª em oito anos. Na Córsega, após a morte trágica de Toivonen a Lancia retira-se do rally dominado por franceses como habitual sendo o 205 Turbo 16E2 de Bruno Saby o vencedor. No Acrópele os Peugeot continuam a ganhar mas a novidade foi a introdução de classificativas mais curtas que vão marcar os rallys modernos. Nas pampas argentinas o S4 volta a ganhar e Massimo Biasion obtém a sua primeira vitória mundial. Markku Allen domina o 1000 Lagos, mas é Timo Salomem que vence e obtém um novo êxito no RAC. No regresso aos Estados Unidos finalmente uma vitória no Mundial após quatro segundos lugares e a esperança de ser Campeão Mundo, uma vez que em San Remo corre sob protesto e a sua exclusão como prova pontuável para o Mundial beneficia o outro fimlandês no campeonato mais trágico e polémico da história. Para a imprensa da especialidade a opinião geral é que o campeão era sem dúvida Markku Allen, que assim, jamais obteria tal título. O desaparecido Henri Toivonen realizou 41 provas no Mundial entre 1975 e 1986, como piloto oficial pilotou para a Citroen, Talbot, Opel e Lancia. Terminou 14 provas, obteve sete pódios duas vitórias e obteve como melhor resultado no mundial o 6º em 1985 e foi vice-campeão da Europa em 1986 com um Porsche 911SC.A Audi no final da época abandonava o projecto dos Rallys iniciado em 1981, com o Quattro, dessa fase Stig Blomqvist afirmou “ O Quattro não foi desenvolvido muito depressa. Uma vez que viram quão competitivo era, a companhia queria continuar a ganhar ralis. Só quando a segunda geração de carros de tracção nas quatro rodas começou a aparecer é que esta política mudou e o Quattro Sport chegou. A Audi decidiu que teria um carro melhor se montassem um motor melhorado num chassis mais curto. É certo que o carro era mais rápido, apesar do chassis só ser melhor em determinadas condições”. Mundial de Marcas (10ºs): - 1ºPeugeot (137) ; 2ºLancia (122); 3ºVolswagen (65) 4ºAudi (65); 5º Ford (24) 6ºToyota (20) ; 8ºSubaru (13); 9ºAustinRover (13) ; 10ºCitroen (10). Mundial de Pilotos (10ºs): - 1ºJ.Kankkunen (SF) 1118; 2ºMarkku Allen (SF) 104; 3ºTimo Salomen (SF) 63; 4ºB.Waldegaard (S) 48; 5ºMassimo Biasion (I) 47; 6ºLars Erik Thorph (s) 40; 7ºBruno Saby (F) 20; 8ºMikael Ericsson (S) 40 ; 9ºKalle Grundel (S) 26 e 10ºKenneth Eriksson (S) 22.

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